Intermezzo 1 - Há 6 meses
São Paulo, Sábado 31 de julho de 1999.
Carta do Doutor João Arnulfo (...) Oliveira (...) à opinião pública.
Embora o que as pessoas geralmente acreditam, a clonagem é basicamente uma técnica de reprodução assexuada (sem a união do óvulo e do espermatozóide) e que origina indivíduos com genoma idêntico ao do organismo provedor do DNA. Infelizmente, a falta de informação e o fato de que a clonagem é ainda uma técnica em aperfeiçoamento, provocam que muitas pessoas vejam com medo este processo. E para o meu pesar, é a sociedade quem impõe limites à ciência. Eu acho que o problema maior é que muitas pessoas não distinguem entre a clonagem reprodutiva e a terapêutica. A primeira tem gerado desde há muito, uma polemica mundial, muito ajudada pela mídia, enquanto que a clonagem terapêutica é simplesmente uma transferência do núcleo duma célula para um óvulo que não o tem. Esta técnica nada mais é um aprimoramento das técnicas hoje existentes para culturas de tecidos que são realizadas há décadas. Usando-a poderíamos potencialmente gerar em laboratório, qualquer tecido que uma pessoa precisasse (por exemplo, de medula). Neste caso, o doador seria a mesma pessoa, evitando a rejeição. Isto vai abrir o caminho para uma nova forma de curar doenças e inúmeras pessoas serão beneficiadas.
No nosso país as pesquisas sobre a clonagem vêm-se desenvolvido aos poucos e se espera clonar uma bezerra para o 2001 (segundo a EMBRAPA) e muito se começa fazer na rama das pesquisas com células-tronco adultas, extraídas do cordão-umbilical de bebês ou da nossa própria medula espinal. Tenho de admitir que as células de maior interesse são aquelas dos embriões. Este é um passo polêmico, mas necessário para continuar com as pesquisas. Estamos falando dum conjunto de células que ainda não podemos chamar de indivíduo. Peço-lhes muita compreensão nisto.
Em resumo, a cultura de tecidos (clonagem terapêutica) é uma prática comum no laboratório, apoiada pela comunidade científica. A diferença com a clonagem reprodutiva é o uso de óvulos, que quando não fecundados são apenas uma célula e que poderiam permitir a produção de qualquer tecido no laboratório. É importante que as pessoas entendam a diferença entre as duas técnicas antes de se posicionarem contra as duas tecnologias. É fundamental que a nossa legislação apóie também essas pesquisas porque elas poderão salvar milhares de vidas.
São Paulo, Sábado 31 de julho de 1999.
Carta do Doutor João Arnulfo (...) Oliveira (...) à opinião pública.
Embora o que as pessoas geralmente acreditam, a clonagem é basicamente uma técnica de reprodução assexuada (sem a união do óvulo e do espermatozóide) e que origina indivíduos com genoma idêntico ao do organismo provedor do DNA. Infelizmente, a falta de informação e o fato de que a clonagem é ainda uma técnica em aperfeiçoamento, provocam que muitas pessoas vejam com medo este processo. E para o meu pesar, é a sociedade quem impõe limites à ciência. Eu acho que o problema maior é que muitas pessoas não distinguem entre a clonagem reprodutiva e a terapêutica. A primeira tem gerado desde há muito, uma polemica mundial, muito ajudada pela mídia, enquanto que a clonagem terapêutica é simplesmente uma transferência do núcleo duma célula para um óvulo que não o tem. Esta técnica nada mais é um aprimoramento das técnicas hoje existentes para culturas de tecidos que são realizadas há décadas. Usando-a poderíamos potencialmente gerar em laboratório, qualquer tecido que uma pessoa precisasse (por exemplo, de medula). Neste caso, o doador seria a mesma pessoa, evitando a rejeição. Isto vai abrir o caminho para uma nova forma de curar doenças e inúmeras pessoas serão beneficiadas.
No nosso país as pesquisas sobre a clonagem vêm-se desenvolvido aos poucos e se espera clonar uma bezerra para o 2001 (segundo a EMBRAPA) e muito se começa fazer na rama das pesquisas com células-tronco adultas, extraídas do cordão-umbilical de bebês ou da nossa própria medula espinal. Tenho de admitir que as células de maior interesse são aquelas dos embriões. Este é um passo polêmico, mas necessário para continuar com as pesquisas. Estamos falando dum conjunto de células que ainda não podemos chamar de indivíduo. Peço-lhes muita compreensão nisto.
Em resumo, a cultura de tecidos (clonagem terapêutica) é uma prática comum no laboratório, apoiada pela comunidade científica. A diferença com a clonagem reprodutiva é o uso de óvulos, que quando não fecundados são apenas uma célula e que poderiam permitir a produção de qualquer tecido no laboratório. É importante que as pessoas entendam a diferença entre as duas técnicas antes de se posicionarem contra as duas tecnologias. É fundamental que a nossa legislação apóie também essas pesquisas porque elas poderão salvar milhares de vidas.
5 comentários:
-Dissertação subjetiva (usa-se a primeira pessoa). A personagem Doutor Oliveira (¨Doutor Quadrinhos¨) defende a clonagem terapêutica.
-Como comentário e voltando à realidade, a EMBRAPA (EMpresa BRAsileira de Pesquisa Agropecuária) conseguiu sim clonar uma bezerrinha, que nomearam Vitória, em 2001
-Boa notícia! Primeira vez que tenho 3 comentários.
-Má notícia! Todos são meus... será que os meus escritos são tão chatos que ninguém os lê?
Você tem 4 comentários agora Marquinhos. Eu já tinha dito para você que gosto do que escreve, de fato achei muito interessante esta postagem. O único que me preocupa um poquinho é que o semestre finalize e eu não tinha lido a conclusão de "Uma genese violenta", mas de que você sabe como gerar suspense, sabe...
Obrigado pelos comentários, Lety e Omar. Vocês dão me força para continuar =) Omar, você tem razão, o semestre vai acabar já logo. Prometo apressar-me. De fato, você já pode ler mais uma postagem: o intermezzo 2. Sei que estas duas últimas postagens não parecessem parte da historia, mais aos poucos o quebra-cabeça ficará claro (espero). De fato eu já escrevi algumas pistas, escondidas nas postagens ou até nos comentários que já fiz...
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