Quem pegou aulas com João Martim sabe que ele sempre traz um cofre em forma de porquinho onde a gente, cada vez que tem erros na pronúncia ou deixa soar o celular no meio da clase, deve depositar uma moeda, ou pelo menos as coisas eram assim não faz muito tempo, mais não mais, e agora eu vou me remontar alguns meses atrás e lhes platicarei porque.
Quando o semestre começou nós caimos em conta de que o professor João Martim era um homem de rotinas: quando chegava o primeiro que fazia era arrumar a sua secretária e depois tirava do seu saco um porco (magro e cor de rosa), o colocava na mesa e esperava que nós dissésemos alguma barbaridade para obrigarnos a pôr uma moeda na pequena ranhura que o porquinho tinha nas suas costas.
O assunto era muito simples: um erro significava uma moeda e errar convirtiu-se num perigo para a nossa economia, pelo menos para a minha. Acho que, se o professor se desesperava com a nossa carência de habilidade para falar português, o porquinho-mealheiro era feliz porque os erros eram muitos e as moedas eram demais... tenho que dizer que em mais de uma ocasião eu fiquei mesmo sem os dois pesos necessários para o meu bilhete de metrô e tive de voltar caminhando para a casa.
O porquinho-mealheiro me adorava porque eu era o seu cliente mais constante, e estou seguro que as vezes ele dava pulos de felicidade quando eu errava e pensava “obrigado Omar, espero que a sua pronuncia não amelhiore nunca”, e depois se afastava trotando ao tempo que na sua barriga as moedas chocalavam alegremente.
Os dias passaram assim até que todo mundo caiu em conta de que o porquinho-mealheiro estava muito gordo e pesado. Então eu perguntei para o João Martim que que fariamos com o porquinho e o seu perigoso estado de obesidade, e ele respondeu que, no fim de curso, nós quebrariamos o porco e comprariamos um almoço para celebrar... enquanto o porquinho ouviu a palabra “almoço” ficou muito espantado e caiu desmaiado.
Na aula seguinte o porquinho, para baixar de peso, começou a soprarme a maneira correta de dizer os ditongos nasais e me insistia que não pronunciasse a letra “m” no final de uma palavra, todo com a intenção de que não metêssemos nada na ranhura das suas costas, mas não deu certo porque em mim, errar é uma segunda natureça.
O curso estava por finalizar e, o porquinho-mealheiro, por mais que fazia dieta, via como a sua barriga, cheia de moedas, aumentava mais e mais, e se lamentava de que em breve sería o almoço da turma. Como eu vi que o porquinho estava muito triste e coinchava com amargura pelo seu destino, eu falei com o João Martim e pedi para ele que não quebrasse o porco, que isso não era justo. Finalmente o professor aceitou, e me o deu dizendo que no sucessivo eu devia cuidar do porquinho, que ele não estava interessado num cofre que não podía ser quebrado... É certo, eu salvei ao porquinho, mas nós ficamos sem almoço e sem festa de fim de cursos, e por isso eu escrivo para vocês agora, para lhes invitar a que façamos um convívio, porque esse que tínhamos pronto não deu certo pelas razões que vocês agora já conhecem..
Eu já economizei algum dinheiro, não é tanto como o que havía na barriga do meu amigo, mas acho que se todos cooperamos podemos juntar as duas turmas de sexto nível e fazer uma reunião muito legal e, se vocês prometem ser bem portados e não tentar quebrá-lo, podería ser que eu até leve ao porquinho para que o conheçam, mais por favor (como eu me equivoco muito, e a cada erro eu ponho uma moeda nas suas costas) não lhe digam que está gordo, porque ele é muito vaidoso e suscetível.
PD: O meu propósito de fazer uma festa é sincero, eu quisera que nós tivéssemos uma reunião para celebrar o fim de cursos. Tomara que isso dê certo.
Quando o semestre começou nós caimos em conta de que o professor João Martim era um homem de rotinas: quando chegava o primeiro que fazia era arrumar a sua secretária e depois tirava do seu saco um porco (magro e cor de rosa), o colocava na mesa e esperava que nós dissésemos alguma barbaridade para obrigarnos a pôr uma moeda na pequena ranhura que o porquinho tinha nas suas costas.
O assunto era muito simples: um erro significava uma moeda e errar convirtiu-se num perigo para a nossa economia, pelo menos para a minha. Acho que, se o professor se desesperava com a nossa carência de habilidade para falar português, o porquinho-mealheiro era feliz porque os erros eram muitos e as moedas eram demais... tenho que dizer que em mais de uma ocasião eu fiquei mesmo sem os dois pesos necessários para o meu bilhete de metrô e tive de voltar caminhando para a casa.
O porquinho-mealheiro me adorava porque eu era o seu cliente mais constante, e estou seguro que as vezes ele dava pulos de felicidade quando eu errava e pensava “obrigado Omar, espero que a sua pronuncia não amelhiore nunca”, e depois se afastava trotando ao tempo que na sua barriga as moedas chocalavam alegremente.
Os dias passaram assim até que todo mundo caiu em conta de que o porquinho-mealheiro estava muito gordo e pesado. Então eu perguntei para o João Martim que que fariamos com o porquinho e o seu perigoso estado de obesidade, e ele respondeu que, no fim de curso, nós quebrariamos o porco e comprariamos um almoço para celebrar... enquanto o porquinho ouviu a palabra “almoço” ficou muito espantado e caiu desmaiado.
Na aula seguinte o porquinho, para baixar de peso, começou a soprarme a maneira correta de dizer os ditongos nasais e me insistia que não pronunciasse a letra “m” no final de uma palavra, todo com a intenção de que não metêssemos nada na ranhura das suas costas, mas não deu certo porque em mim, errar é uma segunda natureça.
O curso estava por finalizar e, o porquinho-mealheiro, por mais que fazia dieta, via como a sua barriga, cheia de moedas, aumentava mais e mais, e se lamentava de que em breve sería o almoço da turma. Como eu vi que o porquinho estava muito triste e coinchava com amargura pelo seu destino, eu falei com o João Martim e pedi para ele que não quebrasse o porco, que isso não era justo. Finalmente o professor aceitou, e me o deu dizendo que no sucessivo eu devia cuidar do porquinho, que ele não estava interessado num cofre que não podía ser quebrado... É certo, eu salvei ao porquinho, mas nós ficamos sem almoço e sem festa de fim de cursos, e por isso eu escrivo para vocês agora, para lhes invitar a que façamos um convívio, porque esse que tínhamos pronto não deu certo pelas razões que vocês agora já conhecem..
Eu já economizei algum dinheiro, não é tanto como o que havía na barriga do meu amigo, mas acho que se todos cooperamos podemos juntar as duas turmas de sexto nível e fazer uma reunião muito legal e, se vocês prometem ser bem portados e não tentar quebrá-lo, podería ser que eu até leve ao porquinho para que o conheçam, mais por favor (como eu me equivoco muito, e a cada erro eu ponho uma moeda nas suas costas) não lhe digam que está gordo, porque ele é muito vaidoso e suscetível.
PD: O meu propósito de fazer uma festa é sincero, eu quisera que nós tivéssemos uma reunião para celebrar o fim de cursos. Tomara que isso dê certo.
Um comentário:
Muito legal o seu escrito Omar! Vc tem um grande sentido do humor! Concordo totalmente na idéia da festa. Acho que devemos começar falar com os membros da turma. Vc pode se comunicar com aqueles dos que tenha o numero ou o mail e o farei o mesmo, para começar avisando que queremos fazer uma festa. É só começar a pensar onde e quando. Seguimos en contato!
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